Arquivo X – Ossos Frescos (S02X15)

 

Mulder e Scully investigam a morte de dois oficiais americanos, ocorridas em um centro de refugiados haitiano. O governo o suicídio dos oficiais, mas a esposa de uma das vítimas acredita que tenha sido causada por magia vodu.

Mostrando-se mais contido neste episódio que trata de vodu e feitiçaria, Rob Bowman foca no clima soturno e nas investigação meticulosa e envolvente dos agentes, executando travellings e ângulos de câmera alta em momentos pontuais.

O enredo traz de volta X, informante de Mulder no lugar do Garganta Profunda. Sua participação é breve mas reforça o clima conspiratório em ambientes militares ligados ao governo.

O roteiro de Howard Gordon explora bem o conceito da feitiçaria na estrutura da história e ainda funciona
como metáfora para a violação dos direitos humanos praticada contra imigrantes ilegais, tema que continua, infelizmente, atual. Como no episódio anterior, segue a tradição de concluir os episódios com algum plot twist instigante e deixar Mulder e Scully com mais dúvidas que certezas no desfecho. Possui momentos assustadores marcantes e Gillian Anderson faz um dos olhares mais expressivos, aterrorizante e macabros de toda a série.

Gillian Anderson e seu olhar muito expressivo e macabro

 Ao final, mais um plot twist interessante

Escrito por: Howard Gordon

Dirigido por: Rob Bowman

Arquivo X – Os Adoradores das Trevas (S02X14)

Scully e Mulder viajam a uma pequena cidade para investigar o assassinato de um garoto e se descobrem com uma série de crimes que envolvem rituais satânicos.

Construindo a metáfora do fanatismo religioso e suas péssimas consequências o enredo de Glen Morgan e James Wong ganha contornos de um conto de horror e suspense que cresce em clima a medida que o episódio avança.

Ao contrário de “Missão em Perigo” ou “O Sanatório da Morte“, que transformavam Mulder e Scully
em meros espectadores de um história que se desenrolava sem que suas presenças fossem
fundamentais, este “Os Adoradores das Trevas” conta com pontuais intervenções dos agentes, que vai
crescendo ao longo do tempo e se tornando fundamental na “resolução” do caso. A conclusão deixa
os agentes com aquela sensação de frustração e de dúvida, chegando ao fim sem sequer poder provar
um tese qualquer em relação aos acontecimentos, algo que se estabelece como a marca da série.

Ao longo das fotos podemos reparar na bela fotografia estabelecida no decorrer desta segunda temporada. 

Acima temos uma imagem dos primórdios da pesquisa na Internet, quando o Google sequer existia.

É sob o comando de Kim Manners que “Arquivo X” estabelece definitivamente a sua característica
visual marcante, composta por uma fotografia sombria preenchida por tons de azul e vermelho,
envolta por névoa, movimentos de câmera bem planejados gerando travellings envolventes e uma
fluidez narrativa que Manners atinge através de cortes secos, sabendo dosar momentos em que
procura envolver o espectador em tensão e suspense. A maneira como Manners usa os ângulos baixos,
closes e faz a câmera se mover ao longo do espaço combina muito com o clima pretendido para o episódio.

Acima temos uma sequência feita com um corte seco ou corte direto (straight cut)

Escrito por: Glen Morgan e James Wong

Dirigido por: Kim Manners

Arquivo X – Irresistível (S02X13)


Donnie Pfaster tem o estranho hábito de arrancar unhas e mechas de cabelos de cadáveres. Ao ser demitido de uma funerária,  passa a produzir os seus próprios cadáveres.

O que faz com que “Irresistível” se destaque dos demais episódios da série e tenha um lugar de destaque na história de “Arquivo X“, além da direção inteligente de David Nutter e do ótimo roteiro de Chris Carter, é o fato de que temos aqui um caso de um psicopata, sem nenhum elemento sobrenatural na história, mas simplesmente um ser humano que mata outros seres humanos, algo mais difícil e aterrorizante de se pensar do que quando temos monstros da semana ou alienígenas. Nesse caso o monstro é aquele que vemos nos noticiários diariamente.
Escrito por Chris Carter, esse episódio só reforça a alegoria construída ao longo da série, de usar o sobrenatural e o fantástico como símbolos da natureza humana desvirtuada, mas também mostra que muitas vezes é mais fácil crer em algo sobrenatural para aceitar aquilo que temos mais dificuldade em entender: que muitas vezes o ser humano pode ser perverso, sem que haja alguma explicação que justifique essas ações. Nesse sentido os inserts de Donnie Pfaster sendo visto literalmente como um demônio só reforçam esse aspecto presente no nosso imaginário, de crer em algo para além da natureza humana que possa resolver nossas dúvidas e medos.

A direção de Nutter mais uma vez é precisa e contribui para um clima forte de tensão, e é interessante notar que, ao longo do episódio várias pistas de Scully sendo ameaçada são plantadas, e quando a personagem é sequestrada, lembramos em comparação dos episódios “Duane Barry” e “A Ascensão” em que Scully é sequestrada e abduzida. Porém, em “Irresistível” a tensão e a ameaça sofrida pela personagem parece mais intensa e preocupante, por se tratar de um caso extremamente crível e que vemos acontecer constantemente no nosso mundo. Outro momento marcante é quando Scully conversa com a psicóloga do FBI, revelando seus medos e incertezas diante do caso e sua relação com Mulder, nesse momento a trilha sonora que era praticamente onipresente desaparece, dando lugar a um monólogo da personagem que por si só já é capaz de criar a angústia e a preocupação pretendida sem a presença da música de Mark Snow

Vale ressaltar aqui que a performance de Gillian Anderson atinge a perfeição que é fundamental para o episódio. Os monólogos de Scully e Mulder na construção do relatório do caso e no momento do desfecho são intensos e extremamente bem escritos, reforçando “Irresistível” como um episódio de destaque ao longo de toda a série.
Escrito por: Chris Carter
Dirigido por: David Nutter

Arquivo X – Aubrey (S02X12)

Contando com a direção sempre inspirada de Rob Bowman, “Aubrey” é um episódio tecnicamente
espetacular, usando os recursos de câmera subjetiva e travellings para conferir cada vez
mais ritmo e tensão. Após descobrir que está gravida de seu colega de trabalho, Tillman,
que é casado, a investigadora B.J. Morrow começa a ter pesadelos que envolvem assassinatos e
ocorridos no passado, culminado na descoberta premonitória de um corpo.

O enredo voltado para a premonição da personagem se revela instigante e sustenta o episódio,ao mesmo tempo que os dramas reais e tangíveis vividos por B.J. e seu caso com Tillman (primeira participação de Terry O’Quinn, que apareceria de novo mais duas vezes, em “Arquivo X: O Filme” e em “Não Confie Em Ninguém”, da nona temporada) são interessantes por si mesmos. A trilha sonora cada vez mais inspirada de Mark Snow nessa temporada estabelece o tom e clima certos, além da fotografia cada vez mais trabalhada ao longo da série. Bowman usa todos esses recursos em seu favor ao compor movimentos de câmera cada vez mais sofisticados. Um em particular, que envolve um cadáver de uma vítima numa piscina, é digno do cinema de Martin Scorsese.

Abaixo alguns dos ótimos movimentos de câmera realizados por Rob Bowman

Cena do teaser do episódio

Examinado um esqueleto

Cadáver na piscina

O grande problema de “Aubrey” se encontra na sua resolução, que acaba se revelando fácil demais e perde muito em desconstruir B.J., destruindo uma personagem interessante e abandonado seus conflitos em troca de uma explicação que envolve um misto de genética com mediunidade, algo que soa destoante dos bons episódios já realizados até aqui e envolve um tanto quanto de preconceito por parte do roteiro, como se quisesse dizer que filho de serial killer é serial killer também, simplificando questões complexas com o argumento genético bem desconexo. Inegavelmente somos a soma de tudo que vivemos e aprendemos, acrescentando as predisposições genéticas, mas estas nunca se sobrepõe às escolhas que podemos fazer e a nossa capacidade de discernimento e mudança, senão seríamos apenas máquinas pré programadas por genes, e não seres humanos complexos.

É uma pena que um episódio tão bem dirigido e visualmente envolvente tenha um desfecho tão pobre e pouco criativo. Bastava focar na investigadora e em suas premonições, ao mesmo tempo que lida com outros conflitos relacionados a Tillman, sem desconstruir a personalidade da personagem a troco de uma conclusão que pouco satisfaz.

Dirigido por: Rob Bowman

Escrito por: Sara B. Charno 

Arquivo X – O Sanatório da Morte (S02X11)

Uma enfermeira é violentada numa clínica de idosos, e segundo ela o autor teria sido um paciente que sofre do Mal de Alzheimer. Explorando um ambiente banhado em luz e contando com personagens que falham em representar uma ameaça, “O Sanatório da Morte” é um dos mais fracos episódios desta segunda temporada, por pecar em construir um enredo minimamente coerente e por contar com uma resolução fácil, cometendo o mesmo equivoco que Missão em Perigo, ao tornar Mulder e Scully meros espectadores de um caso pouco interessante que conta com um enredo que se resolve quase que espontaneamente, tornando a presença dos agentes dispensável.

Aqui podemos perceber o segredo que guia grande parte dos episódios bem sucedidos de “Arquivo X”: quanto maior o envolvimento dos agentes em relação ao  caso, maior o envolvimentos do público. Vale citar a tentativa de pôr em discussão o estupro e a negligência com os idosos, apesar destas discussões serem infelizmente desenvolvidas de maneira superficial. A questão do abuso da mulher será melhor explorada em “Irresistível”, que irei comentar em outro post. A cor verde novamente é integrada de maneira insistente na linguagem visual do episódio, como já fora explorada em muitos outros, reiterando a tentativa de se estabelecer a presença de uma ameaça ligada a elementos sobrenaturais inerentes às tramas do seriado. O comentário que Mulder faz sobre as fitas de vídeo que Scully eventualmente pode encontrar nas gavetas é impagável e sem dúvida o melhor momento do episódio.

Direção: Stephen Surjik

Escrito por: Paul Brown

Arquivo X – Museu Vermelho(S02X10)

Mulder e Scully investigam um caso que envolve jovens que são estranhamente atacados e marcados com a frase “Ele é um deles”. A investigação os leva a um grupo religioso pertencente à Igreja do Museu Vermelho.

Concluindo com uma narração em off do relatório habitual que Scully redige ao final de cada caso investigado com Mulder, este episódio escrito por Chris Carter não só acerta em clima, tom e ambientação. Aquilo que aparentemente era somente mais um caso da semana típico e aparentemente mediano se revela uma história cheia de nuances. Partindo da ideia de jovens sofrendo uma espécie de possessão e alguns sendo assassinados numa floresta com os dizeres “he is one” (ele é um deles) escrito nas costas, o teaser por si só não é dos melhores, mas mas a medida que a dupla de agentes passa a investigar o caso, conhecendo uma seita suspeita e misteriosos personagens, Chris Carter, assim como fizera acertadamente em “O Hospedeiro“, passa a tecer preocupações de ordem ambiental em consonância som o clima de desconfiança do governo.Nesse sentido é sempre bom citar que Carter, por mais que entre no terreno da ficção e do sobrenatural, procura constantemente emular preocupações reais presentes no mundo e usa suas histórias como ricas metáforas. A medida que o enredo avança e Win Phelps nos envolve com sua direção que exprime tensão e suspense, as ligações com os episódios mitológicos surgem naturalmente, remetendo ao Garganta Profunda e a acontecimentos do final da primeira temporada. “Museu Vermelho“, apesar de não configurar entre os mais memoráveis episódios de “Arquivo X“, pois não se destaca visualmente como outros episódios dessa temporada e não conta com nenhuma sequência icônica por si só,  é muito eficaz como um caso da semana e mais ainda em criar ligações com a mitologia construída até aqui, consolidando elementos importantes e recorrentes da série, como a questão do DNA alienígena, que será explorado ao longo da série e magistralmente abordado na décima temporada.

Vale citar que Chris Carter mais uma vez mostra seu gosto por construir histórias que cumprem um ciclo, pois a sequência de abertura e a ação final ocorrem no mesmo ambiente.

Direção: Win Phelps

Escrito por: Chris Carter

Arquivo X – Firewalker (S02X09)

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Tentando recriar a dinâmica de confinamento em grupo presente no ótimo “Terror no Gelo“, da temporada anterior, esse episódio é inferior no que diz respeito em criar clima e tensão. Os esporos que contaminam os cientistas são boas sacadas da maquiagem e remetem à Alien.

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A conclusão não é tão envolvente e tampouco surpreende. Destaque para a narração em off de Mulder ao final do episódio, que confere um ar conspiratório, noir e literário ao encerramento, algo que será mais recorrente ao longo da série.

Escrito por: Howard Gordon

Direção: David Nutter

Arquivo X – Por Um Fio (S02X08)

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Desenvolvendo de maneira mais profunda e intensa o relacionamentos dos personagens, este episódio marca o retorno de Scully e o drama de Mulder em tentar salvar a vida da parceira.

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O diretor R. W. Goodwin consegue alternar muito bem entre o clima de suspense e tensão e o drama, com uso de luz e sombras no melhor estilo noir ao mostrar o desespero de Mulder imerso na escuridão de um estacionamento ou de seu apartamento em contraste com a claridade do hospital, banhado em luz.

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Os contornos sobrenaturais que permeiam a série encontram aqui a justificativa simbólica do medo da morte e da esperança da imortalidade. O uso da EQM (experiência de quase morte) por Morgan e Wong é muito apropriado à história que se pretende contar e enriquece o episódio com um tom dramático e humanista bem equilibrado pela direção eficiente. A frase “we can’t give up”será recorrente ao longo da série e dos filmes. Pela primeira vez Mulder marca um “X” com fita adesiva na janela para se comunicar com o seu informante. Surge o  nome “Cancer Man” para nominar o agente interpretado por Willian B. Davis. Destaque para a cena em que Mulder o ameça com uma arma a fim de salvar a vida de Scully, uma cena que será apropriadamente repetida em My Strugle II, na décima temporada, mostrando que Chris Carter gosta de reiterar momentos ao longa da série, conferindo bastante coesão aos personagens centrais.

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Concluindo o episódio com um plot twist bem colocado e que busca reiterar o questionamento entre o racional e o paranormal, “Por Um Fio” é um dos episódios mais envolventes dramaticamente e acrescenta muito na relação desenvolvida entre os personagens.

Escrito por: Glen Morgan e James Wong
Direção: R. W. Goodwin

Arquivo X – Temporada 10

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Após o término da décima temporada de Arquivo X, as reações são praticamente paradoxais. Podemos achar o season finale corrido e pouco conclusivo, mas é inegavelmente empolgante e com um Cliffhanger que remete à outros de temporadas anteriores, tornando essa nova temporada relevante, corajosa e se revelando um presente para os fãs.

Tendo início com um episódio rápido demais e que tropeça em sua própria estrutura, “My Struggle”, escrito e dirigido Chris Carter, falha em contextualizar a temporada no arco da série construída ao longo de nove anos. A roupagem mais moderna dada à conspiração “alienígena” soa como mais do mesmo, apesar de ser interessante e potencialmente poder gerar boas histórias. Vindo de um filme que ressaltava a nova etapa da relação de Mulder e Scully, não deixa de ser estranho e quase contraditório o retorno destes ao FBI.

O segundo episódio, “The Fouder’s Mutation”, escrito e dirigido por James Wong, aparentemente é mais um caso da semana nos moldes do que a série já havia construído, mas se revela como uma história que acrescenta uma nova visão sobre os personagens e sua relação com a ausência do filho, Willian. Sim, sua relação com a ausência, em um dos momentos mais emocionantes da série, em que cada personagem imagina como seria sua relação com o filho se este não tivesse sido entregue para adoção, inclusive os medos de cada um em relação à natureza do filho.

O terceiro episódio, “Mulder and Scully Meet the Were-Monster”, dirigido por Darin Morgan e escrito por este e Carter faz parte daqueles casos da semana construídos de maneira cômica e despretensiosa, mas que revela muito sobre como lidamos com certas crenças e hábitos do dia a dia. Vale citar que aqui  o conceito de mostro é subvertido, além  de contar com vários momentos hilários e referências à outras temporadas, além de belas homenagens.

O próximo episódio, “Home Again”, dirigido por Glen Morgan e escrito por este e Carter, comete um erro ao adotar esse título, que parece referenciar um   famoso episódio da quarta temporada. A verdade é que estamos diante de um episódio sensível, que explora novamente os sentimentos de Scully diante da ausência do filho através da relação com sua mãe, seguindo em paralelo uma história de monstro da semana envolvendo moradores de rua. De alguma maneira essas duas histórias convergem na maneira como Scully se enxerga por ter entregue seu filho para adoção, além de refletir aspectos perturbadores sobre como tratamos as pessoas que não tem um lar.

“Babylon” é um episódio que introduz uma nova dupla de agentes, Einsten (???) e Miller, sob a direção e roteiro de Carter.  Einstein é uma personagem interpretada com total ausência de carisma, e a tentativa aqui está mais em criar duplos de Mulder e Scully do que apresentar personagens interessantes. O episódio e si, que fala sobre terrorismo e a maneira como ele á encarado por ambos os lados, poderia ser bem melhor se fosse mais focado no tema e se fosse mais sério. Aqui parece que a tentativa é criar algo entre o cômico e o non sense, como Chris Carter já fizera em “Improbable”, na nona temporada. Ambas as tentativas  geram episódios falhos.

Enfim, “My Struggle II” é o episódio de ação mais bem feito de Arquivo X desde algumas temporadas passadas, sendo aquele episódio que anda de fato com o enredo, torna aquilo que era somente uma ameça em algo palpável e assustador. A volta do Canceroso, por mais conveniente e absurda que seja, é inegavelmente necessária e eficiente. Do que seria de Arquivo X sem o seu grande vilão? Mulder está em real perigo e agora a presença de Willian, que fora tão explorada ao longo dos episódios, se faz, da fato necessária.

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Assim, esperamos por mais uma temporada querendo não só o andamento dessa história que acompanhamos durante anos, mas esperando que a qualidade seja mantida e que nos reserve bons momentos como essa décima temporada reservou.

Arquivo X – A Trindade

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Um episódio de vampiro que soa bem genérico, trabalha o uso das cores vermelho e verde, como na primeira temporada, mas acaba que esse episódio nunca engrena.

O ponto positivo é ver Mulder trabalhando sozinho depois do desaparecimento de Scully, com uma melancolia e decepção característica.

Escrito por: Chris Ruppenthal, Glen Morgan, James Wong

Dirigido por: David Nutter