Tokyo Vice – Episódio de estreia dirigido por Michael Mann

Desde 2015 com “Hacker” que o diretor Michael Mann não assina a direção de um filme ou, como nesse caso, uma série. Contando a história de um jornalista ocidental que trabalha para um jornal japonês em Tóquio e acaba tendo que confrontar um dos mais perigosos chefes do crime da cidade. Essa situação já aparece nos primeiros minutos do episódio de estreia, antes de voltar para o ano de 1999 e passar a contar a sua história do princípio. “Tokyo Vice” se vale muito da experiência e do talento do veterano diretor de “Miami Vice” e “Fogo Contra Fogo” para construir o tom da série, a começar pela textura da imagem, profundidade de campo reduzida, paleta de cores vibrante e ao que parece a série é filmada em câmera digital como os últimos trabalhos de Mann (quem assina a fotografia no primeiro episódio é John Grillo, de “Westworld“). 

O diretor também usa o espaço da cidade para caracterizar os conflitos das personagens de maneira muito visual e sofisicada. Conforme foi citado no ótimo artigo da IndieWire escrito por Ben Travers, que pode ser acessado aqui, um dos momentos-chave do episódio é quando vemos um close desfocado do rosto de um homem, enquanto ao fundo vemos várias linhas de trens que passam por aquele espaço, criando um emaranhado, uma teia de caminhos. A medida que o foco encontra o rosto do sujeito morto, o movimento de câmera revela uma espada no seu peito, incrustada tal qual aquelas linhas de trem que perfuram o espaço da cidade, e a máfia e seus crimes encobertados revelam-se tão emaranhados naquela sociedade quanto aquelas linhas de trem.

Já o Jake interpretado por Ansel Elgort mostra-se um ocidental deslocado por aqueles costumes e aquela sociedade, na maneira como é tratado na redação do jornal pelo seu superior, com preconceito por ser um estrangeiro e judeu, mesmo que brilhante no domínio do idioma japonês. Claro que essa trama do ocidental que irá desvendar os crimes da máfia japonesa com o seu olhar distinto pode soar como uma trama de “salvador branco”, de fato, apesar de termos Ken Watanabe no elenco para equilibrar a balança. Dois momentos em particular que Mann mostra o personagem caminhando na rua, subindo até o seu quarto e acendendo a luz do quarto, a única luz ligada naquele horário, sob o “olhar” de um outdoor bem em frente. Esse mesmo outdoor é mostrado em outro plano espetacular através da janela do quarto do protagonista em outra cena. Jake é esse sujeito observado e vigiado pelo crime organizado enquanto tenta desvendar os assassinatos que presencia, e o diretor Michel Mann é certeiro em mostrar isso visualmente.

Os outros dois episódios apresentam uma trama mais intrincada e guiada por diálogos, sem o brilhantismo da direção de Mann. Mesmo assim é uma série que, com três episódios até agora, instiga o espectador numa ótima trama investigativa.

Abaixo o trailer de “Tokio Vice“:


Abaixo os trailers de “Profissão: Ladrão“, “Fogo Contra Fogo“, “Colateral” e “Miami Vice“, grandes filmes de Michael Mann.

Rebooted – Breve Comentário


Diversas vezes no cinema uma adição técnica surge. Desde a melhoria da imagem e o aumento da sua razão de aspecto, o acréscimo da cor e do som, o desenvolvimento de efeitos especiais cada vez mais rebuscados. E a cada inovação os profissionais eram obrigados a se reinventar e muitos perdiam permanentemente a sua colocação na indústria. Filmes como “O Artista” e “Cantando na Chuva” tratam dessas mudanças no contexto no advento do cinema sonoro e a dificuldade dos atores em se recolocar, pois passavam a ser avaliados inclusive pela voz.


Partindo do conflito da recolocação no mundo do trabalho, “Rebooted” é um curta-metragem de 12 minutos (disponível no YouTube) que acompanha a história de Phill, um esqueleto em stop-motion que se vê obsoleto diante dos modernos recursos de imagens geradas por computador (CGI) e tecnologias de captura de movimento. Phill é uma referência clara ao longa “Jasão e os Argonautas”, em que um exército de esqueletos brotava do chão para enfrentar os heróis, e o filme que Phill atuava recria essa cena em menor escala mas com muito charme, soando nostálgico quando rememora o uso de stop-motion em filmes live-action. Particularmente sempre achei eficiente o uso desse tipo de animação em monstros e criaturas fantásticas devido ao movimento característico e pouco realista em um objeto analógico e, consequentemente, real. Mas como se não bastasse “Rebooted” resgata a história dos efeitos ópticos e mecânicos com muito humor quando apresenta os amigos de Phill, um dinossauro animatrônico, um mostro de borracha, um pequeno dinossauro 2D e o famoso efeito CGI de metal líquido do popular T-1000 de “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”. A luta aqui é não deixar que “10,000 Sandals“, o filme do passado que fora responsável pelo sucesso do protagonista, seja refilmado utilizando captura de movimento, e os desdobramentos dessa missão são hilários e até tocantes.

No desfecho “Rebooted” resgata aquela paixão que todo o artista tem pela sua arte e, sendo Phill um ator de papéis de monstro, fica clara a satisfação que sente por saber que ainda pode voltar a assustar como no passado.


Abaixo o curta completo disponível no YouTube e um vídeo dos bastidores.


Direção: Michael Shanks


Roteiro: Michael Shanks


Elenco: Glen Hunwick, Peter Paltos, Daniel Daperis, Michael Wahr, Holly Austin, Albert Garcia, Michael Shanks, Alex Cooke, Michelle Zintschenko, Nicholas Issell, Rennie Watson, Lee Beckhurst, Adam McKenzie, Nicholas Colla, Nicolette Minster, Sol Feldman

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A Maldição da Mansão Bly – Breve comentário

 

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Após a trágica morte de uma au pair, Henry contrata uma jovem americana para cuidar de sua sobrinha e sobrinho órfãos que moram na Mansão Bly.

O que lhe dá medo? Um pesadelo povoado de monstros? Uma sombra que passa pelo canto do olho? Um grito distante? Ou a perda de uma pessoa amada? De um filho, ou filha, talvez. De esquecer quem são as pessoas que estão ao seu lado? De sonhar e nunca mais acordar?

O criador Mike Flanagan (de “Doutor Sono” eHush: A Morte Ouve”), nesta adaptação cheia de personalidade da clássica obra literária “A Volta do Parafuso“, constrói uma narrativa calcada, num primeiro momento, nas múltiplas histórias de luto de seus personagens, que compartilham suas histórias ao redor de uma fogueira. Mas vai além. Somos o resultado das nossas lembranças do passado e expectativas do futuro, e a viagem mais rica que podemos fazer é dentro das nossas memórias. Perdê-las é perder a nossa identidade. E eternamente retornar a elas cria um laço de ressignificação constante.

Com um elenco muito expressivo em seu favor, Mansão Bly tem credibilidade nas emoções que quer passar em suas múltiplas histórias, e o entrosamento entre Dani, Flora e Miles, magistralmente interpretados pelo trio Victoria Pedretti, Amelia Bea Smith e Benjamin Evan Ainsworth, com seus passados de famílias “quebradas” e perdas é o que dá força à serie.

Mansão Bly consegue transitar habilmente entre o drama e o sobrenatural que é difícil enxergar onde um começa e o outro termina. Próximo do desfecho, já tendo contado as histórias íntimas de todos os seus personagens principais, a mensagem de perda de memória evolui numa nova personagem, evocando uma metáfora sobre apagamento histórico, algo que nos dias de hoje, com a ascensão de uma direita que constrói uma visão distorcida de mundo, encontra um eco poderoso. Mas é no seu desfecho que temos as melhores ideias sendo trabalhadas. A solução dada à ameaça que surge remete ao próprio sentimento de empatia, tão necessária nos nossos dias. Daí surge o verdadeiro horror velado da perda de identidade, uma metáfora à depressão e esgotamento emocional vivido pela personagem. E é na sensação de perder as pessoas que se ama que reside a beleza, o drama e o horror, enquanto desconstrução de identidade, de “Mansao Bly“.

Elenco: Victoria Pedretti, Henry Thomas, Oliver Jackson-Cohen, Kate Siegel, T’Nia Miller, Rahul Kohli, Benjamin EvanAinsworth, Amelia Bea Smith, Amelia Eve,Tahirah Sharif

Direção: Ciarán Foy, Liam Gavin, Axelle Carolyn, Mike Flanagan, Ben Howling, E.L. Katz, Yolanda Ramke

Roteiro: Mike Flanagan, Henry James, Rebecca Klingel

Música: The Newton Brothers

Fotografia: Maxime Alexandre, James Kniest

Jonathan Demme e a câmera subjetiva – Comentário Especial

Diretor versátil e dono de uma carreira prolífica, que englobam os mais variados gêneros, Jonathan Demme é um diretor que adapta seu talento e sua visão de mundo ao filme que realiza, e não o contrário. Porém, analisando alguns de seus filmes mais famosos, podemos notar traços únicos e estratégias que se repetem no decorrer de sua filmografia. Uma em particular se sobressai e particularmente me chama a atenção, por consistir na mesma técnica empregada em diferentes contextos produzindo efeitos diferentes.
A técnica empregada pelo diretor consiste em filmar os seus personagens olhando diretamente para a câmera, num close-up, um recurso que por vezes beira ao estilo documental em alguns filmes, que por sinal é um dos gêneros que Demme tem contribuído bastante ultimamente.
Capítulo 1 – Sob o Domínio do mal e o suspense conspiratório
Comandando a refilmagem de Sob o Domínio do mal de 1962, de John Frankenheimer, que parodiou o macarthismo no cinema em plena Guerra Fria num enredo que envolvia lavagem cerebral por parte dos norte-coreanos como por parte dos anticomunistas do governo americano. A refilmagem de Demme, em época de eleição e em plena Guerra do Iraque, agora responsabiliza as grandes corporações nessa grande conspiração que manipula o candidato à presidente dos Estados Unidos. Ajudando a criar o clima conspiratório e de suspense, a constante incerteza é invocada pela trilha e pelos silêncios, e filmar o olhar incerto dos personagens diretamente, como se participássemos daquela trama, é ao mesmo tempo eficiente e imersivo.



Título Original: The Manchurian Candidate, 2004
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Daniel Pyne
Trilha Sonora: Rachel Portman
Fotografia: Tak Fugimoto
Elenco: Denzel Washington, Meryl Streep, Liev Schreiber, Kimberly Elise, Jon Voight, Jeffrey Wright, Vera Farmiga
Capítulo 2 – A Verdade Sobre Charlie e o thriller bem humorado
Comandando mais uma refilmagem, desta vez de Charada, de Stanley Donen, Demme remete às comédias que dirigiu mais no início da carreira. Aqui as provocações e os absurdos típicos da comédia tentam funcionar com uma narrativa policial que tem um grande segredo guardado no final, além de uma homenagem ao cinema francês.

 


Reparem acima a diferença. Demme quer que participemos da cena, nos sintamos imersos no que está acontecendo, em vez de sermos meros espectadores.

Título Original: The Truth About Charlie, 2002
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Jonathan Demme, Steve Schmidt
Fotografia: Tak Fugimoto
Trilha Sonora: Rachel Portman
Elenco: Mark Wahlberg, Thandie Newton, Tim Robbins

Capítulo 3 – Filadélfia e o preconceito colocado em xeque
No excelente Filadélfia, Demme procura constantemente colocar em evidência o nosso julgamento em relação ao outro, trazendo uma história que envolve um grande tabu na época: a AIDS. Comovente e marcante, o destaque vai para as cenas de tribunal, soberbas. Aqui, quando Demme enquadra seus personagens olhando para a câmera, é como se eles falassem conosco, colocando em cheque nossos julgamentos e nos fazendo pensar sobre eles. O diretor também faz uma introdução fantástica ao som de “Streets of Philadelphia”, de Bruce Springsteen, filmando pessoas comuns que acenam para a câmera, mostrando o interesse do cineasta pelo realismo documental.

Título Original: Philadelphia, 1993
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Ron Nyswaner
Fotografia: Tak Fugimoto
Trilha Sonora: Howard Shore
Elenco: Tom Hanks, Denzel Washington, Roberta Maxwell, Buzz Kilman
Capítulo 4 – O Silêncio dos Inocentes e a claustrofobia de uma Obra-prima
Narrando a história de uma mulher que tenta firmar uma carreira no FBI, Demme retrata o constante desconforto de Clarice em um meio dominado por homens. Nada mais natural que ela passe a perseguir um assassino de mulheres. Aqui a sensação de sufoco e desconforto é evocada pelos closes bem fechados, mais uma vez contribuindo para a imersão nas cenas e no próprio entendimento dos personagens. As cenas que envolvem Hannibal Lecter maravilhosamente tensas.
 
 
 
 
 
 
  
  
 
Título Original: The Silence of Lambs, 1991
Direção: Jonathan Demme
Roteiro:Ted Tally, baseado no livro homônimo de Thomas Harris
Fotografia: Tak Fugimoto
Trilha Sonora: Howard Shore
Elenco: Jodie Foster, Kasi Lemmons, Scoot Glenn, Anthony Hopkins, Ted Levine
Capítulo 5 – O Dragão Vermelho e a imitação
Brett Ratner, reconhecendo que estava entrando em terreno já explorado por Demme e Ridley Scott em filmes anteriores, ao ingressar na série de filmes de Hannibal Lecter resolve repetir aquilo que dera certo em O Silêncio dos Inocentes. Dessa forma, o diretor passa a executar enquadramentos que lembram muito os de Demme nos diálogos entre personagens. Mas por que o efeito não é tão envolvente desta vez? Pois não basta fazer os personagens falarem diretamente com a câmera para envolver o espectador na trama. Essa é só a cereja do bolo de toda uma construção bem pensada e que ganha sentido quando se tem personagens fortes o bastante para que possamos nos sentir envolvidos.
Título Original: Red Dragon, 2002
Direção: Brett Ratner
Roteiro: Ted Tally, baseado no livro homônimo de Thomas Harris
Fotografia: Dante Spinotti
Trilha Sonora: Danny Elfman
Elenco: Anthony Hopkins, Edward Norton, Ralph Fiennes, Harvey Keitel, Emily Watson, Mary-Louise Parker, Philip Seymour Hoffman

 

Capítulo 6 – O Casamento de Rachel e o documental na ficção
Em O Casamento de Rachel Demme resolve voltar à ficção, mas desta vez abraçando uma estética totalmente diferente. Desta vez ele não precisa inserir elementos da linguagem documental para que produza a imersão que deseja no espectador. Desta vez o seu filme será feito todo como se fosse uma filmagem real de algo que está acontecendo, no melhor estilo Dogma 95. Sim, é um filme que deve muito à Festa de Família, de Thomas Vinterberg, mas é uma narrativa que cai como uma luva para a história da narcisista Kim, que se encontra numa clínica de reabilitação e vai passar uns dias na casa dos pais para celebrar o casamento de sua irmã Rachel. Naturalmente somos apresentados a uma família aparentemente perfeita, até descobrirmos alguns segredos do passado. E Demme faz belo uso da câmera errante, dos jump cuts e da música tocada no ambiente. Desta vez ele não recorre ao seu recurso usual de fazer seus personagens olharem diretamente para uma câmera subjetiva. É a câmera que deve viajar pelos cômodos, circular entre os convidados e captar o a natureza das relações naquela família. E Jonathan Demme faz isso como ninguém.
 
 
Título Original: Rachel Getting Married, 2009
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Jenny Lumet
Fotografia: Declan Quinn
Trilha Sonora: Donald Harrison Jr. e Zafer Tawil
Elenco: Anne Hathaway, Bill Irwin, Rosemarie De Witt, Mather Zickel
Conclusão:
Muito lembrado pela Obra-prima O Silêncio dos Inocentes, Jonathan Demme é um cineasta muito coeso ao longo de sua filmografia, e em seus elencos sempre vemos nomes recorrentes, como seu mentor Roger Corman, Bill Irwin e Robyn Hitchcock. Engajado socialmente e de ideologia liberal, não deixa de tocar em temas complexos, como o preconceito racial. Fã de New Order, seu bom gosto por música já rendeu boas trilhas sonoras para seus filmes, e o cineasta usou nos créditos de vários deles a frase em português “A Luta Continua” com o símbolo da MFA (Movimentos das Forças Armadas), em memória à Revolução dos Cravos, ocorrida em Portugal em 25 de Abril de 1974.
Estes foram só alguns filmes desse grande diretor, que tem documentários, séries de TV e concertos no currículo. Conhece mais algum filme de Jonathan Demme que gostaria de recomendar? Deixe nos comentários.

Cinema e Publicidade – Comentário Especial

Mestres na arte de contar uma história, grandes diretores muitas vezes usam o seu talento para também vender uma marca. Com muito talento e criatividade, diretores relevantes já deixaram sua marca na publicidade.

David Linch:

De “Veludo Azul”, “Coração Selvagem”, “Cidade dos Sonhos” e “Império dos Sonhos”, além da maravilhosa série “Twin Peaks”, Linch é mestre em retratar o onírico e o subjetivo de maneira inconfundível. Em suas peças publicitárias a sua marca esta sempre presente.

Anúncio Playstation 2 Rabbits (2000):


Anúncio Playstation 2 The Third Place (2000):

Comercial de café:

David Fincher: 

De “Seven – Os Sete Crimes Capitais”, “Clube da Luta”, “Zodíaco” e do recente “Garota Exemplar”, é um diretor técnico, cuidadoso e que tem uma estética muito bem trabalhada e elaborada. Fotografia e decupagem se destacam em seus filmes. Em seus comerciais é possível notar o esmero técnico e o ótimo uso do preto e branco.

1985 – American Cancer Society:


Nike:


 Xelibri:

Heineken:

Nike:

 Adidas – Mechanical Legs (2002):

Gap

Calvin Klein:

Wes Anderson:

De, entre outros, “Moonrise Kingdom”, “Os Excêntricos Tenenbaums”, “O Fantástico Sr. Raposo” e do recente “O Grande Hotel Budapeste” tem apreço por simetria, personagens caricaturais e histórias que remetem a contos infantis. Mas no meio de tudo isso consegue destacar muita sensibilidade e humanidade.

Stella Artois:

Ridley Scott:

De “Alien – O Oitavo Passageiro”, “Blade Runner: Caçador de Androides”, “Gladiador” e do recente “Perdido em Marte”, é um diretor experiente que tem oscilado nos últimos anos, mas sempre é capaz de entregar filmes brilhantes. Seu comercial para a Apple é simplesmente genial e remete a “1984”, de George Orwell.

Macintosh:

Terry Gilliam: 

Ex-integrante do grupo Monty Python, é um diretor visionário, dirigiu “Os Doze Macacos”, “Brazil – O Filme”, entre outros.

Nike:

Michael Mann:

Dos clássicos “Fogo Contra Fogo” e “O Informante”, é um dos mais interessantes diretores americanos, e suas peças publicitárias conseguem espelhar a energia que passa em seus filmes.

Nike:



Ferrari:

BlackBerry AT&T

Guy Ritche:

Diretor eficiente, tem uma maneira muito particular de filmar e imprimir ritmo em seus filmes,
como em “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”, “Rock’n’Rolla — A Grande Roubada”, “Snatch – Porcos e Diamantes” e em seu mais recente “O Agente da U.N.C.L.E.”

Dior Homme:



H&M:

John Woo:

Diretor chinês mestre na arte de filmar ação, já dirigiu “Fervura Máxima”, “A Outra Face”, “Alvo Duplo”, “Missão: Impossível 2”, entre outros. Seus comerciais para Nike conseguem transmitir energia como em seus filmes. 

Nike Copa 1998

Ingmar Bergman:

Lendário diretor sueco, tem uma das estéticas mais lindas da história do cinema, sempre se destacando a fotografia primorosa em seus filmes, como em “Gritos e Sussuros”, “O Sétimo Selo”, “Persona”, “Morangos Silvestres”, “Fanny e Alexander”, entre outros dirigiu alguns comerciais igualmente primorosos de uma marca de sabão.


Comercial Bris:

 
Fernado Meirelles: 
Diretor brasileiro que tem no currículo “Ensaio Sobre a Cegueira”, “Cidade de Deus”, “O Jardineiro Fiel”, entre outros. Dirigiu os comerciais da campanha publicitária dos postos Ipiranga em 2013, entre outros trabalhos.
Fiat:
 
Banco Itaú:
 
 
Postos Ipiranga:
 
Conhece Mais alguma peça de publicidade realizada por algum diretor conhecido, ou mesmo alguma que faça referência a algum filme famoso? Deixe nos comentários.

O Homem Mosca – Introdução

Uma boa comédia é aquela que confia no expectador para construir suas situações cômicas. Pois o engraçadíssimo “O Homem Mosca” é um filme capaz de manter a nossa atenção durante toda a exibição. Já nos primeiros minutos o longa brinca com a própria expectativa criada pelo expectador (com o perdão do trocadilho) e ainda por cima revela uma reflexão sobre o próprio ato de fazer cinema. Ao narrar um história pelo recurso visual, todo o contexto fica em função do plano. Num plano vemos o personagem atrás das grades, triste, com algo que parece um forca mais ao fundo. Porém num contra-plano temos a inversão de expectativa e mudança de contexto do filme, em que percebemos estar numa estação de trem, e não numa cadeia, e podemos ver do que se trata aquele objeto que ao fundo parecia uma forca. Dessa maneira simples e hilária, temos a verdadeira noção de como o cinema bem feito é capaz de nos manipular. 

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SAFETY LAST

Direção: Fred C. Newmeyer, Sam Taylor
Roteiro: Hal Roach, Sam Taylor, Tim Whelan
Gênero: Comédia/Romance/Suspense
Origem: Estados Unidos
Duração: 70 minutos
Tipo: Longa-metragem

Plano-Sequência de "O Grande Golpe"

Se “O Grande Golpe” não foi o filme que Stanley Kubrick teve grande liberdade artística, tendo que ceder um final politicamente correto em que o crime não compensa e ter uma estranha narrativa em off que narra exatamente aquilo que estamos vendo, em compensação esse grande diretor (o meu preferido) consegue contar a sua história como ninguém, se utilizando de enquadramentos muito bem planejados, economizando nos cortes, dando a magnitude merecida a cada diálogo (em um roteiro muito bem escrito), e entregando planos-sequência magníficos.

Um plano-sequência em destaque chama a atenção, quando Kubrick acompanha Johnny Clay (Sterling Hayden) por um corredor, revelando ser na verdade o ponto de vista de um espelho (ou na verdade um ponto de vista de fora do espelho) e seguindo a trajetória do personagem na busca de um parceiro para  desempenhar uma dada função em seu plano. Chama a atenção o plano-sequência, que além de ser tecnicamente perfeito, condensa a cena num contínuo dentro da narrativa, sem a necessidade do uso do corte, conferindo mais realismo e imersão do expectador ao narrar visualmente as ações do personagem.

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Plano-Sequência de O Grande Golpe

Se “O Grande Golpe” não foi o filme que Stanley Kubrick teve grande liberdade artística, tendo que ceder um final politicamente correto em que o crime não compensa e ter uma estranha narração em off que conta exatamente aquilo que estamos vendo, em compensação esse grande diretor (o meu preferido) consegue contar a sua história como ninguém, se utilizando de enquadramentos muito bem planejados, economizando nos cortes, dando a magnitude merecida a cada diálogo (em um roteiro muito bem escrito), e entregando planos-sequência magníficos.

Um plano-sequência em destaque chama a atenção, quando Kubrick acompanha Johnny Clay (Sterling Hayden) por um corredor, revelando ser na verdade o ponto de vista de um espelho e seguindo a trajetória do personagem na busca de um parceiro para  desempenhar uma dada função em seu plano. Chama a atenção o plano-sequência, que além de ser tecnicamente perfeito, condensa a cena num contínuo dentro da narrativa, sem a necessidade do uso do corte, conferindo mais realismo e fluidez ao espectador ao narrar visualmente as ações do personagem.

O Frame invertido de "Millennium"

“Millennium” na versão de David Fincher é um daqueles filmes capazes de criar um clima tão perfeito que faz você ter vontade de ler os livros de Stieg Larsson. Em uma sequência específica, Fincher nos mostra o quanto a personagem de Rooney Mara se encontra abalada e perdida através da construção de um frame invertido, estabelecido a partir de um travelling tecnicamente impecável, como demostra o vídeo. Para quem não reparou, aí vai a indicação para rever o filme sob a ótica dos enquadramentos escolhidos por Fincher.

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O Frame invertido de Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres

“ Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres” na versão de David Fincher é um daqueles filmes capazes de criar um clima tão perfeito que faz você ter vontade de ler os livros de Stieg Larsson. Em uma sequência específica, Fincher nos mostra o quanto a personagem de Rooney Mara se encontra abalada e perdida através da construção de um frame invertido, estabelecido a partir de um travelling tecnicamente impecável, como mostra o vídeo. Para quem não reparou, aí vai a indicação para rever o filme sob a ótica dos enquadramentos escolhidos por Fincher.

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